quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Jogos Imortais: Sport Lisboa e Benfica 1 Sporting 0 (2004-2005)

É um Jogo Imortal pois com certeza.
Toda a atmosfera que convergiu em torno dele assim o tornou: Anos a mais sem um título de Campeão Nacional tinham-se tornado um peso insuportável para o clube e para os adeptos que já se iam habituando ao fado repetitivo de, ano após ano, ver a coisa começar com promessas impossíveis de cumprir, começos com algum fulgor seguidos de um cedo soçobrar (à sporting) por uma razão ou por outra.

Para esta época, 2004/2005, a dose estava ainda exponenciada pelo facto de o Benfica ter conquistado a Taça De Portugal na época anterior depois de cento e vinte minutos algo épicos contra o porto do mourinho. Se Camacho (muito bem cotado no coração dos Benfiquistas) tinha saído porque o Real de Madrid o chamou, quem o substituiu era uma velha raposa do futebol mundial: Giovanni Trapattoni!
Andei algum tempo a pensar como é que tinham conseguido convencer aquele velhote a vir para Portugal treinar... Eram os tempos do apito dourado... Tudo lama... Mas o nome Benfica foi como um chamamento irresistível para o italiano que mal foi apresentado, não demorou a analisar e a vaticinar.

Para esta nova época, vendo a constituição do plantel, as expectativas não eram as melhores:
O Tiago tinha saído e foi uma baixa muito importante para aquele plantel que também perdeu jogadores como Fernando Aguiar e o Armando Sá que não sendo foras-de-série, eram jogadores que davam tudo dentro de campo... E à falta de melhor... Se nomes como André Luís, Amoreirinha, Everson ou Delibasic (algumas das caras novas) jamais terão entrado no imaginário dos Benfiquistas porque pouco ou nada trouxeram a este Benfica 2004/2005, jogadores como Argel e Zahovic saíram em Janeiro (porque não davam mais do que deram...) e Paulo Almeida, Carlitos e Karadas foram úteis (nos tempos de lesões dos jogadores importantes...), mas desapareceram no final da época.

Contratações mais influentes foram as de Quim e Dos Santos! Parco, é verdade... Foi o que se pode fazer penso eu.

No entanto a época lá começou. O Benfica lá foi indo aos altos e baixos durante meses. As provas europeias foram para esquecer (o Benfica falhou o acesso à Liga dos Campeões e na Liga Europa, após passar a fase de grupos em segundo lugar, foi afastado pelos moscovitas do CSKA), o Campeonato e a Taça tornaram-se nos objectivos principais do clube.

Com lesões atrás de lesões (tal como esta época), o Benfica foi bem espremido ao longo dos meses. Ficam aqui os dados até à trigésima segunda jornada:
Nada de surrealista ou de desastroso, o Benfica fazia o que podia e sempre se conseguiu manter no topo ou perto do topo da classificação nunca tendo estado abaixo do quinto lugar enquanto os outros:
Até houve mais líderes na tabela, para além dos três grandes: Na primeira, segunda e oitava jornada o setúbal, na décima quarta o boavista e na décima nona o braga... Seis líderes numa época é obra e atesta a qualidade dos três grandes (ou a falta dela).

No Benfica, Simão era quase tudo do meio campo para a frente, o verdadeiro abono do Benfica. Andou lesionado quase toda a época mas jogava e fazia jogar... O Benfica tinha contratado Nuno Assis em Janeiro e foi uma contratação fundamental para nivelar mais a qualidade do núcleo principal da equipa do meio campo para a frente: Petit, Manuel Fernandes, Assis, Geovanni, Simão, Nuno Gomes e Mantorras.

Esta última imagem, mostra que para o final do campeonato, só duas equipas lutaram verdadeiramente pelo conquista do campeonato (se bem que uma delas acabou em terceiro). A alternância, que foi o prato forte durante várias jornadas, começou a terminar à vigésima quinta jornada uma vez que O Benfica, a partir da vigésima jornada, se começou a aproveitar do facto do sporting estar a disputar a Liga Europa e do porto andar à deriva (sem grandes ajudas dos árbitros que estavam aterrorizados com o estoirar do Apito Dourado) para começar a cimentar a sua candidatura ao título. Infelizmente, foi derrotado por um tal de penafiel à trigésima segunda jornada num famoso jogo arbitrado por pedro proença. Perdeu a liderança, uma vez que o sporting tinha os mesmos pontos mas tinha melhor goal average...

Era chegado o dia do tira teimas. Se o Benfica estava na máxima força e não tinha lesionados, estava porém fisicamente a rebentar pelas costuras. O sporting, de forma estúpida, tinha ficado sem Liedson (viu o quinto amarelo no jogo anterior por pontapear a bola já com o jogo parado), mas mesmo assim apresentava um conjunto hipoteticamente mais forte.

Eu, já admiradíssimo por ver aquele Benfica a lutar até ao fim, por causa de alguns jogadores e por causa de ter tão perspicaz treinador, confiei na mística sabendo que ou era ou não e se não era... Ser campeão ou não, iria ser decidido naqueles noventa minutos de jogo.

Trapattoni escalou o seguinte onze para enfrentar o sporting:
Era o melhor onze... Muito gasto mas o melhor. E o Benfica, com o Estádio da Luz cheio.

E foi um jogo típico entre duas equipas a querer ser campeãs mas ambas já gastas após uma época quase inteira de esforço, especialmente o Benfica que não tinha grande banco e que foi assolado de lesões: Simão, Nuno Gomes, Sokota, Petit, Manuel Fernandes, Geovanni e Miguel foram clientes do departamento médico bastas vezes...

Foi jogo de nervos também. O Benfica queria mas sabia que não se podia esticar muito de modo a não sofrer golos (por parte de um sporting em posição expectante a jogar com a classificação) e de modo a não se desgastar  para o final do jogo. Trapattoni foi inteligente neste aspecto da preparação, a escola italiana é assim: Quer-se ganhar mas dentro de campo, onze contra onze, há várias formas de o fazer e os jogos têm mesmo noventa minutos.
Primeira parte tensa na entrega mas morna em jogo útil. Nada se passou de assinalável a não ser uma latente falta de estofo físico por parte do Benfica para assumir um jogo mais pujante e mais ofensivo, pelo que era nos últimos quarenta e cinco minutos que as coisas se iriam decidir.

E Trapattoni deu as instruções correctas: Matar o jogo a abrir para depois gerir!
Verificou, ou terá verificado, que a sua defesa mais Petit eram suficientes para suster a dupla de avançados do sporting (sá pinto e douala - estivesse Liedson em campo, a história poderia ter ser sido outra porque o brasileiro era letal), e mandou Manuel Fernandes subir mais em campo para perto de Nuno Assis. Simão e Geovanni também aceleraram mais a sua prestação em campo. Nuno Gomes começou a mexer-se mais por entre os centrais e laterais do sporting.

Tudo isto desestabilizou a defesa verde mas o Benfica não foi capaz de marcar. Por duas vezes, Simão teve em cada pé a possibilidade mas falhou... Habituado a ver a equipa a marcar nas poucas oportunidades que criava, fiquei desolado porque sabia que os ritmos iam baixar e o sporting se iria reagrupar de novo...
Dito e feito, passados aqueles cerca de vinte minutos onde o Benfica se impôs mas não marcou, o sporting deu a volta física à partida: O peseiro fez três alterações importantes renovando fisicamente o meio campo e ataque da equipa. Não arriscou na concepção de jogo (até porque Simão, Geovanni e Nuno Gomes o avisaram duas vezes como escrevi) mas refrescou os sectores dando mais pujança física à sua equipa o que face ao desgaste do Benfica, começou a fazer pender a balança para o lado do sporting.

Os remates à baliza de Quim começaram a aparecer mas estranhamente, não houve sufoco! O sporting estava a mandar no jogo mas só atacava pela certa sem correr riscos... Trapattoni troca Miguel por Mantorras aos setenta e oito minutos. Com dois avançados móveis, o Benfica obriga o sporting a ter mais cuidados a defender/organizar o ataque... O jogo ficou de novo entalado e o Benfica começou a subir um pouco mais visto que esteve cerca de dez minutos no seu meio campo.
Foi a partir de um movimento de ruptura de Ricardo Rocha que tudo começou a acontecer. O central português arriscou numa subida pela interior esquerda, beneficiando do facto de o meio campo do sporting ter recuado muito para perto da grande área. Com muito espaço à sua frente, Ricardo teve de ser travado em falta. Era o livre e honestamente, ainda me lembro de ter dito que era agora ou nunca.

Petit colocou a bola no ponto caramelo... O guarda redes do sporting só tinha olhos na bola... A defesa do sporting olhos para os avançados... Luisão foi por ali fora e marcou para o Benfica.

Habituado a ver os árbitros a marcarem falta sobre o guarda-redes por tudo e por nada, ainda fiquei uns segundos a ver se era golo... Foi golo mesmo. Limpo! Sem falta!
E Trapattoni, nas suas sete quintas reequilibra a equipa e gere o jogo. Com a saída de Miguel, era Geovanni quem fechava o lado direito da defesa do Benfica e Manuel Fernandes com Nuno Assis, dividiam as despesas na frente atacante do lado direito. O treinador italiano colocou João Pereira a defesa direito (tirando Assis) e colocou mais um central, Alcides, tirando um desgastado Nuno Gomes. Três centrais e dois laterais para o Benfica se precaver face ao chuveirinho que por ali vinha.
E nem veio com muita intensidade. Mantorras, Simão e Geovanni souberam bem gerir a posse de bola no ataque... Petit e Manuel Fernandes usaram as últimas gotas de energia de forma fantástica... Quim esteve atento mas nada de importante se passou até que, ao fim de sete minutos de desconto, o Benfica ficou com o caminho aberto para o título que viria conquistar uma semana mais tarde no estádio do Bessa.
Nas bancadas era o êxtase...
Depois de tantos anos à espera, e ver até o boavista conquistar um título, sentia-se que a hora do Benfica tinha chegado.

Se foi justo? Tivemos um jogo muito difícil face às debilidades físicas, à qualidade do adversário e à falta de banco mas o Benfica soube encontrar força suficiente para não cair e para marcar sempre que pudesse. Sim, foi justo. Os nossos jogadores bem o mereceram depois de todo o esforço que fizeram:
Fica a análise e todas as reacções publicadas no jornal a Bola, algumas bem interessantes por sinal (clicar com o botão direito do rato + ver imagem):
Após esta jornada, a classificação ficava assim:
Tudo nas mãos... O Benfica só tinha de empatar para ser campeão pela trigésima primeira vez. Assim foi uma semana depois no Porto.

Fica agora o resumo da partida. Não há muito para ver uma vez que houve mais disputa física e táctica do que oportunidades. Como tenho a conta no YT debaixo de olho por parte da sportv (não quero que a mesma seja fechada), fica o vídeo retirado do FB, uma vez que por lá ainda há alguma liberdade... Vejam os grandes lances, o golo e a parte final da partida:
Falou-se muito do golo do Luisão. Triste ver aquele guarda-redes falhar e ter a lata de ir para cima do árbitro dizer que Luisão jogou a bola com a mão. O árbitro, falou uns anos mais tarde sobre esse lance. Mas compreendo a frustração, estavam os dois clubes tão perto mas só um podia ganhar, pena é que ainda pensem que foi com a mão ou que houve carga sobre o guarda-redes...

Ahhh, estava-me a esquecer. Este blogue faz hoje quatro aninhos. Uma criança. Este artigo é o meu sincero agradecimento a todos os que encontram tempo e paciência para o visitarem... E voltarem outra vez

PS: As fotos... São da getty images, da Lusa, da net e duas do livro do jornal A Bola que comemorou o centenário do Benfica (antes de se tornar pasquim... Ou será que já o era?). Foi porreiro fazer a pesquisa.

E Pluribus UNUM

16 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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    1. Caro anónimo, este comentário não cabe neste artigo. Coloque-o no anterior por favor!

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  2. Parabéns e obrigado pelo reviver de grandes jogos

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    1. O prazer é meu. Dar a conhecer a história do Benfica é um dos objectivos principais deste blogue. Os leitores também os podem partilhar porque conhecer a história do clube é uma maneira de o defender e fortalecer.

      São já 16 os jogos aqui recordados.

      Saudações Gloriosas

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  3. jogo imortal. não vi o golo porque estava a chegar a um bar, vindo de casa, para ver o resto do jogo. que corrida mandei para o bar quando ouvi festejos de golo, que, pelo volume, só podia ser nosso =)
    só uma nota, o Sokota foi encostado às boxes em Dezembro ou Janeiro por se ter recusado a renovar.

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    1. É pois foi. Mais um ludibriado pelo empresário que terá sido seduzido pela fruta do norte. Era um excelente avançado... Se não estivesse sempre lesionado!

      foi para o norte e... Foi um desnorte! Acho que nem uma época completa lá esteve...

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    2. é bem feita para ele que se tenha lesionado mal chegou ao Norte. esqueceu-se quem é que lhe andou a pagar salário durante 4 anos, em que, não creio que seja exagero, esteve lesionado metade do tempo.

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    3. ele esteve lá pelo menos 2 anos mas tirando o jogo com o Rangers em que se lesionou, se jogou mais 3 jogos é muito.

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  4. Os meus Parabéns aos autores deste Blogue e que continuem o excelente trabalho, é dos pouco Blogs do SLB que frequento permanentemente e dou a minha opinião, pois a crítica quando é feita, é de forma construtiva e tudo é baseado em factos reais.

    Ass: Madskinn

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    1. Mas não é fácil Madskinn.

      Ser mais científico ou racional numa luta que mete a subjectividade do amor clubístico...

      Mas sou assim por educação. Quando somos crianças, temos tendência a inventar para não nos queimarmos e eu depois de algumas queimadelas, aprendi a não inventar e a minha vida foi melhor ;)!

      Por causa disto, há amigos adeptos de outros clubes que nem falam comigo nos últimos tempos. Eles sabem que se eu digo nahhhhh já ficam a perder o tempo deles :D

      Saudações Gloriosas

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    2. Eu compreendo perfeitamente ao que te referes quando falas em amor clubístico, porque acima de tudo sempre fui um desportista e por vezes o amor ao meu clube do coração tb me faz torvar os pensamentos devido mt a imbecilidade proferida por outros.

      A questão da educação deve-se muito aquém nos transmitiu valores, eu por exemplo sou do Benfica pelos valores que para mim são mais importantes na vida "Liberdade de opinião (1º clube nacional a ter uma eleição democrática, um clube que sempre foi contra regimes totalitários e que foi construído com o suor do povo de humildes origens e que nunca impôs limites, intutilando os seus dirigentes como o clube de Portugal e do Mundo, não é por acaso que o Benfica em algumas partes do globo é mais conhecido que Portugal que ainda é considerada uma província de Espanha tristemente).
      "E de todos um" onde demonstra que o egoísmo não pode fazer parte de um clube, modalidade ou atleta e torna-lo vencedor.

      O que destrinça os clubes são as pessoas e os seus valores a sua história, as suas origens, quando alguém me diz que é do SCP eu digo logo este têm 80% de probabilidade de ser hipócrita e lambe botas, se me diz que é do Porto é Mafioso e desrespeitador, um gajo da sempre a beneficência da dúvida mas 95% das vezes é mesmo assim.

      Portanto custumo dizer conhecidos de outros clubes tenho mts, amigos tenho poucos e normalmente tem o mesmo clube que eu.

      Descansa quem deixa de falar contigo por causa da bola não pode ser amigo, só são amigos quando tem necessidade, o vídeo de um pobre indigente do Brasil diz tudo, bem haja ainda existirem pessoas assim:


      https://youtu.be/UWwsnm5XyqE

      “E Pluribus Unum”

      Saudações Benfiquistas

      Ass: Madskinn

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  5. Jogo fantástico e tive a sorte de ir vê-lo ao estádio da Luz.

    O meu irmão (lagarto) fazia a festa em casa que o sborting era muita bom e tal... e eu fui com o padrinho dele (curiosamente, super Benfiquista) e mais uns amigos ver o jogo.

    Do que me lembro? O Sporting foi para não perder o jogo, jogar para o empate. E o tempo passava e cada vez ficava mais a certeza disso (principalmente com as substituições). Simão com dois falhanços de bradar aos céus (um em que foi super egoísta... será que o shadows também malhava no Simão nessa altura? Ou ele ainda não existia?) de me fazer quase arrancar cabelos ou dar um murro em algum lado para soltar a frustração... até que Luisão faz golo. Tal como tu hesitei porque era sempre a rouba... foi golo... chorei...

    Não entrei em grande cantorias... pessimista como sou, e nervoso como estava, mantive-me calado a cantar SLB GLORIOSO SLB. Até que Beto é expulso (e bem expulso) e aí sim, o alívio começou a surgir e comecei a festejar.

    Cheguei a casa e o meu irmão calado... nem lhe disse nada... que grande festa.

    Já agora... um ano em que o 11 inicial era bom, mas o plantel... esse deixava muito a desejar...

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    1. Sim, o plantel era fraco mas sem lesões, existiam 14/15 que poderiam dar conta do recado. Mas na essência, o onze deste jogo era o melhor... Estava mas é gasto.

      Eu vi o jogo num bar. Que loucura foi passados uns segundos... E no final, depois dos abraços, a calma instalou-se porque sabíamos que era o boavista o próximo e do bessa não viriam facilidades.

      O Shadows não conheço bem. Ele que venha recordar o jogo aqui ao blogue e deixe a sua opinião.

      Saudações Gloriosas

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  6. Só acrescentar... o Nuno Assis fez um jogão... nem me lembro de ele ter perdido uma única bola nesse jogo.

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  7. Final apoteótico e merecido, grande trapatoni que deixou, em apenas uma época, lições de tática.
    Aproveito para lhe endereçar os parabéns por estes magníficos 4 anos de dedicação ao Benfica e à verdade desportiva. Venham muitos mais porque este blog é uma referência.
    Cordiais saudações gloriosas
    vito g.

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  8. Saudações a todos os benfiquistas!
    Parabéns para A MINHA CHAMA. Por os blogs que teem ,publicado como aborda todos os, temas Trazende nos recordações deste grande clube.
    Também pelo aspecto táctico, que ao lermos verificamos ,que vai muito, ao encontro da realidade. Carrega Glorioooossssooo rumo ao tri

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Ok digam o que bem entenderem.
Depois eu vejo